20 de out. de 2013

Sábado da 29ª Semana do Tempo Comum



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Sábado da 29ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso,
dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor,
e vos servir de todo o coração.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 13, 1-9)

1Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. 2Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? 3Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. 4Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? 5Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. 6Disse-lhes também esta comparação: Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou. 7Disse ao viticultor: - Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno? 8Mas o viticultor respondeu: - Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. 9Talvez depois disto dê frutos. Caso contrário, cortá-la-ás.

3) Reflexão
*  O evangelho de hoje traz informações que só existem no evangelho de Lucas e não tem passagens paralelas nos outros evangelhos. Estamos meditando a longa caminhada de Jesus desde a Galiléia até Jerusalém e que ocupa quase a metade do evangelho de Lucas desde o capítulo 9 até o capítulo 19 (Lc 9,51 a 19,28). É nesta parte que Lucas colocou a maior parte das informações que ele obteve sobre a vida e o ensinamento de Jesus (Lc 1,1-4).
Lucas 13,1: O acontecimento que pede uma explicação
“Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios”. Quando lemos os jornais ou quando assistimos ao noticiário na TV, recebemos muitas informações, mas nem sempre avaliamos todo o seu significado. Escutamos tudo, mas não sabemos bem o que fazer com tantas informações e notícias. Notícias terríveis como tsunami, terrorismo, guerras, fome, violência, crime, atentados, etc. Assim foram levar a Jesus a notícia do terrível massacre que Pilatos, governador romano, fez com alguns peregrinos samaritanos. Notícias assim nos incomodam. Elas nos derrubam: “O que posso fazer?” Para acalmar a consciência, muitos se defendem e dizem: “Culpa deles! Não trabalharam! Povo preguiçoso!” No tempo de Jesus, o povo se defendia dizendo: “Castigo de Deus pelos pecados deles!” (Jo 9,2-3). Desde séculos se ensinava: “Os samaritanos não prestam. Eles tem uma religião errada!” (2Rs 17,24-41)!
Lucas 13,2-3: A resposta de Jesus
Jesus tem outra opinião. "Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo”. Jesus ajuda as pessoas a ler os fatos com outros olhos e a tirar uma conclusão para a sua vida. Ele diz que não foi castigo de Deus. Pelo contrário. “E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo” Ele procura alertar para o apelo à conversão e mudança.
Lucas 13,4-5: Jesus comenta um outro fato
“E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Deve ter sido um desastre muito comentado na cidade. Um temporal derrubou a torre de Siloé e matou dezoito pessoas que estavam se abrigando debaixo dela. O comentário normal era: “Castigo de Deus!” Jesus repete: “De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo". Eles não fizeram a conversão, a mudança, e quarenta anos depois Jerusalém foi destruída e muita gente morreu assassinado no Templo como os samaritanos e muito mais gente morreu debaixo dos escombros das muralhas da cidade. Jesus tentou prevenir, mas não atenderam ao pedido de paz: “Jerusalém! Jerusalém!” (Lc 13,34). Jesus ensina a descobrir os apelos que vem dos acontecimentos da vida do dia-a-dia.
Lucas 13,6-9: Uma parábola para fazer o povo pensar e descobrir o projeto de Deus
"Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. Então disse ao agricultor: Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra. Mas o agricultor respondeu: Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás”. Muitas vezes, a vinha é usada tanto para indicar o carinho que Deus para com seu povo, como a falta de correspondência da parte do povo ao amor de Deus (Is 5,1-7; 27,2-5; Jr 2,21; 8,13; Ez 19,10-14; Os 10,1-8; Mq 7,1; João 15,1-6). Na parábola, o proprietário da vinha é Deus Pai. O agricultor que intercede pela vinha é Jesus. Ele insiste com o Pai para alargar o espaço da conversão.

4) Para um confronto pessoal
1) O povo de Deus a vinha de Deus. Eu sou um pedaço desta vinha. Aplico a mim a parábola da vinha. Que conclusões tiro?
2) O que faço com as notícias que recebo? Procuro ter uma opinião crítica, ou sigo a opinião da maioria e dos meios de comunicação?

5) Oração final
Quem é igual ao Senhor nosso Deus que mora no alto
e se inclina para olhar para os céus e para a terra?
Ergue da poeira o indigente,
da imundície levanta o pobre. (Sl 112, 5-7)



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